Sun 3

sábado, 18 de julho de 2015

O Lago Dos Sonhos - opinião Rita Verdial



Como grande fã que sou de Juliet Marillier, andava ansiosa para que a Planeta publicasse por cá este livro, originalmente intitulado de Dreamer's Pool, o primeiro livro da nova e promissora série Blackthorn & Grim.

É verdade, podia ter comprado logo o livro em inglês e encurtado em cerca de 7 meses a minha espera, no entanto como há mais de dez anos que faço a "colecção" Juliet Marillier em português, e esta é uma autora que continuará a ser publicada por cá, prefiro continuar na mesma linha. Contudo, ao ler esta medíocre tradução de O Lago dos Sonhos fiquei um pouco arrependida... Houve claramente uma escolha infeliz de diversas palavras e da não tradução de outras, sem qualquer sentido, mas fez-me particularmente confusão aquele "tu cá, tu lá" entre diversas personagens, nomeadamente da realeza, tendo ainda para mais em conta o ambiente da história: uma Irlanda medieval...

Mas passemos à obra em si, que é o que mais importa, e a Juliet não tem culpa nenhuma disto. Adorei este livro! Como sempre esta escritora é uma belíssima contadora de histórias e a sua magia tão particular está sempre presente.
Achei curioso que a história fosse contada por três pontos de vista diferentes, constantemente alternados: Blackthorn, Grim e Oran. Algo que não me lembro de acontecer em outros livros da autora. Gostei, mas confesso que talvez preferisse ler apenas o POV de Blackthorn e de vez em quando de Grim, embora admita que para esta obra em questão, tenha resultado bem a forma como foi feito.

De início não achava piada ao príncipe Oran. Achava-o um totozinho lamechas e sem interesse, apesar de boa pessoa e bom suserano. Felizmente com o desenrolar da narrativa isso mudou e gostei de o ver crescer como homem e personagem.
Já no que respeita a Blackthorn gostei imenso dela desde a primeira linha. Não sei porquê, mas tenho sempre um grande fascínio por curandeiras. Gostei muito de ver, a pouco e pouco, estabelecer-se o seu processo de cura interior (mesmo que ela não o note) e apesar de já saber o drama do seu passado, continuo muito curiosa quanto aos seus dois antigos nomes, que espero vir a saber no próximo volume.
Quanto a Grim, também gostei bastante deste matulão, que pelo que dizem, só a mãe o acharia bonito. É um homem enorme e forte e de bom coração, quebrado pela prisão de Mathuin e por um passado que o atormenta e que eu estou mortinha por conhecer. Que será que aconteceu?
Também neste livro os Fae têm um importante papel, sob a forma de Conmael. Um ser muito misterioso, e que me faz perguntar qual o seu interesse em Blackthorn e na sua sede de vingança para com o execrável Mathuin.

Apesar de ter adorado esta história, com toda a sua magia, folclore e saberes antigos, achei-a um pouco previsível, já que logo de início pude adivinhar o "grande" mistério de Flidais.


Posto isto, já estou desejosa que seja publicado Tower of Thorns, pois quero muito continuar a acompanhar as aventuras e desventuras de Blackthorn e Grim, ver mais segredos revelados e mistérios resolvidos e claro, voltar a sentir-me envolvida por este encanto e magia que só Juliet Marillier consegue imprimir nas suas obras.

5 comentários:

  1. Olá Rita

    Mais uma grande obra da escritora. Até aqui nunca tinha desgostado de um personagem , confesso que não Gostei do Grim ...sempre com pena dele próprio, acho que a escritora tem um particular interesse, em colocar /expôr os piores defeitos dos homens loool. Fáceis, dependentes, fazem, depois pensam, etc

    Quero agradecer-te a boa vontade de partilhares aqui a tua excelente opinião.

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    1. Olá Elsa,

      De nada ^_^

      Entendo o que dizes de Grim, pois nem sempre gostei dele. E foi precisamente nesses momentos que referes. Não é que os homens não possam demonstrar momentos de fraqueza, pelo contrário, e a Juliet sabe muito bem fazê-los no melhor momento e de forma a tocar-nos. Com Grim isso não acontece, ele não nos é apresentado como um homem duro que esconde os seus sentimentos, mas mais como um mariquinhas, vá.
      E é por isso que dispensava a história dos POV neste caso. Ele em vez de ser um personagem mais misterioso, é um personagem que nos revela logo diversos sentimentos a nu, dispensáveis logo de início num matulão destes.
      Preferia que essas fragilidades fossem reveladas mais tarde e com menos frequência, como a Juliet tão bem sabe fazer :p

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    2. Olá Rita

      Estou de acordo, mas vou manter a esperança de que Grim poderá não ser o que imaginamos. E do fundo do coração, espero que não fique com Blackthorne.

      Mais uma vez obrigada pela tua, como sempre, opinião detalhada e sensata, que revela um excelente conhecimento da obra

      Bjinhos

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    3. Pode ser Elsa! Vamos ver o que a Juliet vai fazer. Pode ser que tenhamos algumas surpresas :)

      De nada, eu é que agradeço as tuas palavras. Fico contente que tenhas gostado!

      Beijinho*

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  2. Ois,

    Nunca mais li nada da Juliet mas começo a achar as coisas um pouco previsiveis o que é pena, mas pronto acredito que sendo a Juliet tem sempre qualidade, mas já não me faz ir a correr comprar os seus livros :(

    Bjs

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